quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

"No meio do caminho tinha uma pedra.
Tinha uma pedra no meio do caminho.
Nunca me esquecerei desse acontecimento."
 Tinha uma pedra no meio do caminho. Que lá insistia em ficar.
Em um primeiro momento, a pedra foi estranha, eu a desconhecia. Mais tarde, como por um milagre, ela aproximou-se.
Aproximada, a pedra empenhou-se em quebrar o gelo. Quebrou, foi.
Tive receio em toca-lá. "Esta é uma pedra muito perigosa", ouvi dizer.
Não acatei.
Subestimei o conselho, era só uma pedra, como muitas não poderia me fazer tão mal, era só uma pedra, o controle era meu.
Era uma pedra linha. Que tornou-se ainda mais bonita quando eu comecei a repara-la de perto.
Era uma pedra forte.
Uma pedra que brilhava à luz que nela batia.
Por muitos dias eu a vi. Por alguns dias eu pude amanhecer com ela. Eu a senti.
Que pedra vistosa!
Me perguntaram o que eu fazia com ela ali, o que eu faria com aquela pedra?
Quem fazia era ela. Sofri erosões em seu lugar. Sofri.
A pedra juntou seus pequenos pedaços trincados e me fez. Uma parte de pedra. Uma parte sólida. E tanto que ainda não se desfez. Por mais martelos que tentem a quebrar.
Até que as manhãs mudaram e, junto com elas, a pedra. A luz do sol parece não alcançá-la. A pedra moveu-se, agora, no sentido contrario.
Por vezes a avisto. Sinto-a longe. E quero-a perto, mas ela prefere a distancia.
Dizem que a pedra sabe o que faz.

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